Deixamos o carro na Pousada Duas Pontes (R$7,00 por dia de estacionamento), situada no km 112 da MG010, e começamos nossa empreitada por volta das oito horas. A trilha começa logo em frente à pousada, do outro lado da rodovia, onde deve-se pular uma porteira trancada, ou passar por uma cerca de arame. Sempre é bom lembrar que acampar no Parque Nacional da Serra do Cipó é proibido, portanto cuidado com o IBAMA, que possui agentes fiscalizando as redondezas.
A trilha é bem demarcada, com pedrinhas brancas no chão, porém não é sinalizada. O trajeto, até o Travessão, é composto de muitas subidas e descidas, muito diferente das trilhas para as cachoeiras Andorinhas, Gavião e Farofa, por exemplo, o que faz dela uma caminhada mais pesada, especialmente com mochilas de carga nas costas. Apesar de termos usado dois dias, a visita ao Travessão pode ser feita em um só dia, visto que a distância do início da trilha até o Travessão é de aproximadamente 10 km.
Início da trilha |
A vegetação é sempre baixa, não proporcionando sombra alguma durante todo o trajeto, portanto o uso de protetor solar se faz bastante necessário. O início do caminho se dá em campo aberto, com algumas subidas íngremes, e uma descida longa até a floresta de samambaias, onde existe um ponto de água.
Floresta de samambaias |
Dentro da floresta a trilha parecia ter sido cuidada há pouco tempo, pois as samambaias não atrapalharam nossa passagem, apesar de ser visível o crescimento de novas samambaias, fazendo com que a trilha, em breve, fique mais fechada. Algum tempo após deixarmos a floresta de samambaias, chegamos à Cachoeira do Paiol, que possui duas quedas principais, a de baixo quase sem poço, e a de cima, uma japanese garden waterfall level 1, que tem um poço mais fundo e maior, mas ainda pequeno.
Uma boa dica é se sentar sobre as pedras da queda de cima, que não são muito escorregadias, e curtir a água caindo na cabeça. Depois da cachoeira, subimos mais um pouco e chegamos até umas pedras, onde deveriam estar pinturas rupestres, mas não as encontramos. Partindo dali, iniciamos uma descida bastante extensa rumo ao Travessão.
Descida até o Travessão |
Quase ao fim da descida, a trilha encontra um rio, e continua depois de atravessá-lo. CUIDADO. Não atravesse o rio para continuar a trilha, que foi o que nós fizemos. Se você atravessar o rio, terá que descer um morro com inclinação quase zero, tarefa muito difícil com uma mochila pesada nas costas, especialmente em época de chuva, pois o morro fica lamacento e muito escorregadio. Ao chegar ao rio, a trilha correta fica um pouco escondida, atrás de algumas árvores, à esquerda de quem desce.
Em seguida, descendo a trilha perigosa ou não, você chegará ao mirante do Travessão. Para quem não conhece, o Vale do Travessão é um monumental vale que divide as bacias do Rio São Francisco e do Rio Doce. Deixo vocês com imagens desse lugar espetacular:
Para os bons observadores, o poço no meio do vale (visível com um zoom nas fotos) é o Poço dos Andorinhões, que entrou na nossa lista de lugares a conhecer após uma tentativa frustrada de alcançá-lo no segundo dia. O poço é cercado por alguns quilômetros de mata fechada, e faz-se necessário o uso de um facão.
Saindo do Travessão, seguimos ao sul até encontrarmos um bom lugar para montar a barraca. Acabamos escolhendo um péssimo lugar, pois montamos a barraca em um lugar muito alto, que venta muito. Sofremos com essa decisão logo em seguida, quando, assim que nos afastamos da barraca para buscar água, fomos surpreendidos por uma tempestade e tivemos que voltar correndo para a barraca. Resultado: ensopamos o interior da barraca e ficamos tentando impedir o vôo da mesma, porque a tempestade não parecia disposta a deixar a barraca conosco. Apesar de tudo isso, as rezas pareceram surtir efeito, visto que não morremos eletrocutados e a barraca ainda ficou inteira.
No dia seguinte, acordamos cedo para tentar um ataque ao Poço dos Andorinhões, mas chegamos à conclusão de que não teríamos tempo suficiente para chegar até lá, o que nos fez desistir, após termos descido por aproximadamente uma hora dentro da mata que leva até o poço, a partir do mirante do Travessão.
A volta foi tranquila, pegamos chuva somente nos últimos três quilômetros, mas nada que as capas de chuva não dessem conta. Mais uma vez fomos agraciados com um enorme arco-íris, cujo início estava bem perto de onde nós estávamos (se não estivéssemos tão cansados, teríamos procurado pelo pote de ouro).
Abraços!
Em seguida, descendo a trilha perigosa ou não, você chegará ao mirante do Travessão. Para quem não conhece, o Vale do Travessão é um monumental vale que divide as bacias do Rio São Francisco e do Rio Doce. Deixo vocês com imagens desse lugar espetacular:
Mirante do Vale do Travessão |
Para os bons observadores, o poço no meio do vale (visível com um zoom nas fotos) é o Poço dos Andorinhões, que entrou na nossa lista de lugares a conhecer após uma tentativa frustrada de alcançá-lo no segundo dia. O poço é cercado por alguns quilômetros de mata fechada, e faz-se necessário o uso de um facão.
Saindo do Travessão, seguimos ao sul até encontrarmos um bom lugar para montar a barraca. Acabamos escolhendo um péssimo lugar, pois montamos a barraca em um lugar muito alto, que venta muito. Sofremos com essa decisão logo em seguida, quando, assim que nos afastamos da barraca para buscar água, fomos surpreendidos por uma tempestade e tivemos que voltar correndo para a barraca. Resultado: ensopamos o interior da barraca e ficamos tentando impedir o vôo da mesma, porque a tempestade não parecia disposta a deixar a barraca conosco. Apesar de tudo isso, as rezas pareceram surtir efeito, visto que não morremos eletrocutados e a barraca ainda ficou inteira.
Sobrevivente |
No dia seguinte, acordamos cedo para tentar um ataque ao Poço dos Andorinhões, mas chegamos à conclusão de que não teríamos tempo suficiente para chegar até lá, o que nos fez desistir, após termos descido por aproximadamente uma hora dentro da mata que leva até o poço, a partir do mirante do Travessão.
A volta foi tranquila, pegamos chuva somente nos últimos três quilômetros, mas nada que as capas de chuva não dessem conta. Mais uma vez fomos agraciados com um enorme arco-íris, cujo início estava bem perto de onde nós estávamos (se não estivéssemos tão cansados, teríamos procurado pelo pote de ouro).
Arco-íris |
Porteira de início/final da trilha |
Abraços!
Adorei o relato da tempestade, ri litros!
ResponderExcluirNossa sra, foi tensa a tempestade viu! hahaha
ResponderExcluirhoh, O Travessão parece esconder tempestades no bolso, hueah.
ResponderExcluirJá tivemos algumas poucas boas por essa trilha. Já sofremos em 2 trilhas distintas e pesadas tb.
O Andorinhões é lenda! Não conheço ninguem que tenha conseguido chegar a ele.
Gradando muito das expedições do ces.. quem sabe um dia não rola uma caçada Pintassilgos + Caçadores? ^^
braço