Cachoeira da Fumaça, cartão postal de Carrancas |
Após a conturbadíssima noite de sono no camping, acordamos para o incrível segundo dia. Digo "conturbadíssima" porque, por volta das 5 horas da madrugada a temperatura caiu e ventou muito frio por lá. Sobrevivemos, porém, e acordamos com muita energia para tocar a aventura rumo ao Complexo da Fumaça.
Para alcançar a cachoeira da fumaça, ingressa-se em uma estrada de terra virando a direita e depois a primeira a esquerda na igreja matriz de Carrancas. São 6 km. Em um ponto, marcado por uma plantação de eucaliptos, a estrada se diverge junto a uma placa que indica a direção da Cachoeira da Fumaça para a direita. Para seguir rumo à Cachoeira das Esmeraldas deve-se manter-se à esquerda, seguindo por mais 2 km.
Há discussões quanto à pureza da água da Cachoeira da Fumaça, sendo de comum acordo que o esgoto da cidade de quase 3.000 habitantes é despejado no rio alguns quilômetros acima. Porém, a água não aparenta ser poluida, e tem um aspecto bom. As pessoas da cidade afirmam que, apesar de tudo, muitas pessoas nadam lá, e nada de extraordinário veio a acontecer até hoje. Dois dos três pintassilgos nadaram.
A cachoeira é de uma grandeza impressionante e faz jus ao seu nome, soltando "fumaça" pra todo lado, devido à sua queda violenta. Essa cachoeira é considerada o cartão postal da cidade.
É nóize na cachu! haha |
Após percorrer alguns quilômetros nesta nova estrada há a placa indicando a entrada para Esmeraldas. No local de parar o carro há um bar, surpreendentemente funcionando e aberto! E assim subimos o rio, ora pelas pedras, ora por matinha...
Mas algo inesperado aconteceu: perdemos o Bertozzi. O Lucas tentou uma trilha pela direita do rio, mas errou, não chegando a lugar algum. Bertozzi, então, achou a verdadeira trilha pela esquerda do rio, e enquanto o Lucas voltava e eu esperava, ele foi na frente. Sem saber como, nós dois chegamos no poço das Esmeraldas e nada do Tozzi. Voltamos a trilha e com alguns váis e véns o encontramos. Foi curioso como em questões de segundos o Tozzi entrou em local fechado junto ao rio e nós passamos reto sem vê-lo, e sem saber que já haviamos passado ali, o Tozzi ficou a nos esperar.
Finalmente, sãos e salvos, chegamos! O poço é lindo e esculpido nas pedras, a água da mais pura e límpida beleza, de um verde esmeralda magnífico, a mata é verde e parece abraçar a cachoeira, e sente-se um aroma das plantas no ar. Infinitas vezes encantador.
Poço das Esmeraldas visto de cima:
Tentamos escalar o vale em busca de outra preciosa cachoeira no leito do mesmo rio. Não encontramos nenhuma queda significativa, mas a caminhada foi boa. Em quase toda sua extensão o rio corre limpo nas pedras encascatando-se e formando vários poços. Na volta, escolhemos um para nos refrescar.
Retornamos ao Complexo da Fumaça para desbravar a enorme Cachoeira Véu de Noiva. Por culpa da chuva forte de Janeiro, a prancha, que auxiliava a cruzar o rio da queda da Fumaça e seguir a trilha, foi levada rio abaixo. Cruzamos então pelo cume da Cachoeira Fundo da Fumaça, logo abaixo da Fumaça. Atravessamos nos equilibrando nas pedras escorregadias, em lento avanço.
Para vencer a trilha é preciso escalar, não precisa ser profissional, mas é necessário cuidado. Já era visível a Cachoeira Véu de Noiva, mas a adrenalina da escalada nos levou em frente. É bem alto. A vista retribui cada gota de suor!
Cruzamos, depois, um muro de pedra em conjunto com arame farpado e alcançamos o que pensávamos ser a Cachoeira da Serrinha, mas vendo as fotos da mesma na internet, passamos a acreditar ser outra cachoeira. É pequena e divertida. O acesso até ela é, com certeza, o mais legal. Depois dela, o rio sobe calmo até a nascente.
Cachoeira da Serrinha ?? |
E então finalmente, a grandiosa Cachoeira Véu de Noiva. Uma verdadeira escada de titãs, já que as pedras são lisas e escalonadas, mas subir ali é improvável, por ser escorregadio e cada degrau mais alto que o anterior. Infelizmente foi neste momento que a gente fina da bateria da câmera digital resolveu acabar e ficamos sem a foto do maravilhoso poço. Excelente para nadar.
Voltamos para o camping e batemos um papo com o Osvaldo, enquanto discretamente carregamos a bateria da câmera o máximo que foi possível nas tomadas de lá. Osvaldo deu-nos a sugestão de ir direto para a Cachoeira do Moinho, que é muito perto do camping, e a trilha já conhecida, uma vez que é a mesma que nos levou à do Salomão.
A Cachoeira do Moinho é ótima. Bela, tem uma queda direta e bem forte, o poço tem uma região rasa e uma funda, onde é boa para mergulhar.
No fim da tarde, nossas últimas energias foram depositadas no caminho que levava ao Poço do Coração. O acesso é feito a 2Km da cidade pela estrada de Itutinga, virando à direita para quem vai a Carrancas, é próxima à outra área de camping conhecida, o Camping da Toca.
Infelizmente não chegamos até o famoso poço. Vimos um outro poço, mas não era ele. Aproveitamos, ao menos, o que acreditamos ser a Cachoeira da Toca, uma queda d'água bastante aprazível. O que nos impediu de chegar ao destino pretendido foi um imenso atoleiro de lama preta, nossos pés afundaram até a altura do joelho, e as laterais da trilha estavam obstruidas demais para atravessar por fora. Além de tudo, não sabiamos se estávamos perto ou longe, ou mesmo se havíamos errado o caminho.
No regresso, a vista nos deixou paralisados. Exatamente nesta árvore ficamos alguns minutos, apenas a nos conectar com a natureza.
E no carro, a festa continuou. Porquê? Dois motivos:
1) Tudo continuava tão bonito;
2) O dia seguinte nos reservava outro incrível lugar, a cidade São Thomé das Letras.
Linda essa carrancas, as cachoeiras são bem diferentes das de água preta da serra do cipó.
ResponderExcluirPuêrra, quero ir, ehau
ResponderExcluirSerra do Cipó também é fantástico, essa blasfêmia que esse(a) Dhiapa disse é conversa fiada, estou indo pra Carrancas sexta agora e parabéns pelo blog...
ResponderExcluirCom certeza! Tanto a nossa Serrinha do Cipó quanto Carrancas tem seu charme! Aproveite a viagem, você vai curtir muito Carrancas!
ResponderExcluirE valeu pelo apoio ao blog, continue lendo! =]
Caro GUSTAVO - AFTER DARK, acho que todos entenderam que o fato de a coloração dos rios da serra do cipó ser escura, não diminui sua beleza, ao contrário, contribui ainda mais para a diversidade de paisagens de minas gerais. Nós, que somos entusiastas da natureza, incentivamos que todos conheçam as paisagens de minas, pois cada uma tem sua beleza particular.
ResponderExcluirObrigado pelo comentário e quando voltar deixe suas impressões e dicas sobre carrancas aqui no blog, afinal o objetivo é divulgar o turismo de aventura sustentável e promover uma discussão sadia. Abraços