segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O paraíso das cachoeiras (1º dia) - Carrancas, 08/fev/2011

Praça da cidade
Carrancas é uma cidadezinha do sul de Minas Gerais. Ela tem aproximadamente três mil habitantes e fica a 270 km de BH. Quem conhece a cidade e seus arredores sabe a que o título de 'paraíso das cachoeiras' se refere. Carrancas parece ter sido agraciada pelos deuses das cachoeiras, pois em todo canto você encontra uma queda d'água. E o atrativo não está somente na quantidade de cachoeiras ou nos maravilhosos tons de verde e/ou azul de suas águas, mas também na beleza de cada cachoeira. Mesmo depois de ver e sentir cinco ou dez cachoeiras do local, a próxima está sempre pronta para nos encantar. Impressionante!

Mapa de Belo Horizonte até Carrancas. Visto que não estávamos em BH, e sim na cidade de Três Pontas, chegamos pelo oeste. Pegamos a BR-265, passamos por Nepomuceno, depois entramos na BR-381 e voltamos à BR-265, passando por Lavras e virando à direita em Itutinga. Por este caminho, deve-se prestar muita atenção quando estiver chegando a Itutinga, pois a placa que indica a entrada para Carrancas é uma placa minúscula, do lado esquerdo da pista.

Assim que chegamos à cidade fomos procurar um camping, pois já havíamos decidido que passaríamos dois dias conhecendo as cachoeiras de Carrancas. Escolhemos o Camping da Ponte (ou do Osvaldo), que tem uma grande área gramada, churrasqueira, bons banheiros (com dois chuveiros por sexo ), e um preço legal - pagamos R$10 por pessoa. Vale ressaltar que o camping não tem pontos de luz, somente nos banheiros e na churrasqueira, portanto não se esqueçam da lanterna. O camping fica a 2 km de Carrancas, na estrada que vem de Itutinga. Existe uma placa indicando a entrada do camping, que não é o único da cidade (vimos pelo menos mais dois). Para quem prefere uma pousada, a cidade oferece várias opções, com os preços variando em torno de R$30 por noite.

Camping do Osvaldo

Como vocês podem perceber nas fotos acima, o camping estava quase deserto nos dias em que estivemos lá. Uma dica é fugir dos feriados e até dos fins de semana, se possível, pois a cidade fica entupida nessas datas.

Acertamos tudo com o Osvaldo e seguimos em busca da primeira cachoeira do dia. Escolhemos ir até o Complexo da Zilda, que fica a 12 km da cidade, em estrada de terra em bom estado e com sinalização indicando o caminho, quando necessário. Existem placas na cidade indicando o acesso ao complexo. O Complexo da Zilda tem várias atrações, as principais sendo as cachoeiras da Zilda, dos Índios e dos Anjos, além dos escorregador e racha (canyon) da Zilda.

Estrada de terra até o Complexo da Zilda

Após dirigir os 12 km de terra, haverá duas placas em uma encruzilhada. As placas indicam  a Cachoeira da Zilda para a esquerda e o Escorregador da Zilda para a direita. Siga à esquerda para chegar às cachoeiras da Zilda e dos Índios. O caminho da direita leva ao escorregador da Zilda, à racha da Zilda e à cachoeira dos Anjos. Seguimos, primeiramente, à esquerda.

Paramos o carro poucos metros após a placa, e seguimos uma curta trilha até a cachoeira dos Índios.

A cachoeira dos Índios é uma cachoeira de médio porte. Seu poço não é muito bom para nadar, pois tem muitas pedras grandes e não é de grande profundidade. Já o rio, acima da cachoeira, é uma boa opção para mergulho.

Cachoeira dos Índios
Rio, logo acima da cachoeira

Chega-se à cachoeira dos Índios pelo lado direito de quem olha para a cachoeira. Para seguir até a cachoeira da Zilda, deve-se atravessar o rio e seguir por uma trilha que começa do lado oposto, aproximadamente cinquenta metros depois da cachoeira, descendo o rio. Andando com um ritmo bom, em mais ou menos dez minutos, chega-se à cachoeira da Zilda, por cima dela.

A cachoeira da Zilda tem um grande volume de água, um poço fundo, ótimo para banho e uma prainha do lado direito de quem olha para ela. Suas águas são de um azul esverdeado e cristalino, simplesmente maravilhoso. O nome da cachoeira vem de uma lenda, que diz que uma linda jovem, chamada Zilda, era encontrada frequentemente se banhando, nua, nas águas dessa cachoeira.

Cachoeira da Zilda, vista de lado
Cachoeira da Zilda, vista de frente

Há um ponto, no meio da cachoeira, em que é possível chegar atrás da queda e ficar de pé sobre uma pedra. Uma outra pedra, curvada para cima, acima desse ponto, faz com que quem lá esteja seja rodeado por uma cortina d'água, o que dá uma visão muito legal. Vale muito a pena! Vejam só como chegar a esse ponto (para tal, deve-se nadar contra a forte correnteza, por um tempo, e vencê-la), no vídeo abaixo:



Continuando a descer pela trilha que começa ao lado da prainha da cachoeira da Zilda, pode-se chegar ao Poço da Proa, que também tem uma linda água esverdeada e um poço ótimo para mergulhar.

Caminho até o Poço da Proa

Poço da Proa

Depois de nos refrescarmos no poço, voltamos ao ponto de chegada ao Complexo da Zilda, e dessa vez fomos para a direita, em busca da Racha da Zilda e da cachoeira dos Anjos. Para chegar à trilha que leva a esses dois atrativos, deve-se, após passar pela placa do escorregador, virar à esquerda e seguir mais alguns metros, onde haverá uma placa com indicações à direita. Na trilha até a racha, haverá uma placa indicando o acesso ao Poço do Saci, que fica apenas alguns metros depois da placa.

Poço do Saci

Continuando a trilha até a racha, chega-se ao rio. A partir daí, deve-se seguir à direita, pelas pedras ou mesmo nadando. Rapidamente o canyon aparecerá, e o caminho se tornará mais difícil de se seguir. Quem escolher ir sempre pelas pedras encontrará dificuldades, como pedras escorregadias, além de alguns pulos difíceis serem necessários para seguir. Já pela água é possível nadar contra a correnteza, mas não é uma tarefa das mais simples, pois ela é bastante forte no canyon. Nessa parte da trilha, conseguimos alguns cortes, arranhões e pancadas, as últimas principalmente nos joelhos.


Racha da Zilda

Depois de toda essa dificuldade, no fim do canyon encontramos a estupenda cachoeira dos Anjos. O local onde se encontra esta cachoeira é simplesmente mágico. Vindo do canyon, a cachoeira se apresenta à esquerda, e um outro rio aparece descendo à direita, encontrando-se com a cachoeira para formar a Racha da Zilda.

A cachoeira possui poço raso, em sua maior parte, mas com algumas partes fundas. É possível andar por quase todo o poço e também ficar de pé sobre a queda da cachoeira, que é bastante forte, dói um bocado ficar debaixo dela.

Vista do encontro da cachoeira e do rio, vindo do canyon
Cachoeira dos Anjos, de frente
O canyon continua à direita, de onde vem o rio. Tentamos seguir, mas não conseguimos ir muito adiante, já que as pedras são bastante escorregadias, o que torna o avanço bastante perigoso.

Dessa vez não havia nenhum arco-íris na cachoeira, portanto nós criamos o nosso:



Vídeos da cachoeira:




Depois da cachoeira dos Anjos, voltamos toda a trilha e seguimos para o Escorregador da Zilda. Existe um aviso na entrada do escorregador dizendo que o preço da visita é de R$2 por pessoa. Apesar disso, entramos sem ninguém nos cobrar, provavelmente por ser um dia de semana.

O escorregador é uma pedra lisa, de aproximadamente 10 m, perfeito para se escorregar. Há uma corda para ajudar na subida de quem acabou de escorregar e quer ir novamente. Muitas pessoas escorregam de pé, apesar de nós (o Tozzi) termos falhado quando tentamos. O escorregador é bastante seguro e divertido. Vale a pena ficar um tempinho por lá!

Escorregador da Zilda


Uma dica, principalmente para quem for à cidade em dias vazios: não existe nenhum lugar para comer próximo ao complexo da Zilda, portanto leve comida, ou você passará fome o dia inteiro, como nós passamos.

Quando voltamos ao camping do Osvaldo ainda não havia anoitecido, então decidimos visitar mais uma cachoeira. Escolhemos a cachoeira do Salomão, que fica bem pertinho da área de camping. Para chegar até ela, basta sair do camping e seguir à direita, onde há uma placa indicando a cachoeira do Moinho. Daí, é só seguir a trilha. A primeira cachoeira à esquerda é a cachoeira do Salomão.

A cachoeira do Salomão é uma cachoeira bastante divertida. Ela tem um poço bastante raso, portanto não é ideal para mergulho. A graça dessa cachoeira é subir nela e sentar bem debaixo da queda. As pedras da cachoeira não são muito escorregadias e são bastante planas, o que faz com que subi-la não seja muito difícil.

Cachoeira do Salomão, de cima

Cachoeira do Salomão, de frente
Voltamos da cachoeira do Salomão já com o sol se pondo. No caminho de volta ainda encontramos uma enorme teia de aranha, com várias aranhas, como vocês podem ver na foto abaixo. Bizarro.

Araaaaanhaaaas!

Montamos a barraca e fomos comer na cidade. Escolhemos o Restaurante Adobe, onde comemos um PF por R$10 reais e tomamos um suco de manga natural sensacional!  O PF não consta no cardápio do restaurante, mas basta falar com o Roberto, dono do restaurante, que ele providencia para você. O Roberto é uma figuraça, tem uma barba estilo papai noel, disse conhecer o Lula, ter fundado o PT em Atibaia\SP e nos deu uma aula de economia e política. Gente fina! Abração, Roberto!

O segundo dia em Carrancas vem em sequência.

Abraços!

4 comentários:

  1. Não foi dito no texto, mas lá na Cachoeira dos Anjos, eu e o Tozzi aplicamos a CÓLERA DO DRAGÃO, e invertemos a curso das águas. Foi mal galera! Em uma semana volta ao normal... rssssss

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  2. Concordo com Henrique.

    Faltou dizer que logo na chegada da cidade fomos até um Mirante... Lá havia uma bruxa que nos amaldiçoou.

    Conhecemos no caminho para a Racha da Zilda uma réplica do Trajeto de Santiago de Compostela

    E no escorregador da Zilda tive aulas de como escorregar com um professor muito Lókis.

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  3. Nunca mais voltaram? Atualiza pra gente!

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  4. Nunca mais voltaram? Atualiza pra gente!

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